Stroke, voltagem e agulha: acerte o setup da máquina
Setup bom não é sorte é combinação certa de stroke, voltagem, configuração de agulha e hand speed. Este guia direto ao ponto ajuda você a ganhar controle, reduzir trauma e entregar cicatrização bonita.
1) Stroke: o “tamanho da passada”
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O que é: curso (em mm) que a haste percorre a cada batida.
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Como sentir: strokes maiores entregam hit mais firme; menores são mais suaves e controláveis.
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Faixas usuais: 2,5–3,0 mm (detalhe/sombra), 3,0–3,7 mm (linha versátil), 4,0–4,2 mm (linha forte/packing).
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Regra prática: pele sensível → stroke menor; sólidos/extensos → stroke maior.
2) Voltagem x frequência
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Voltagem ajusta a frequência (batidas/segundo).
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Baixa demais: agulha “arrasta”, pigmento falha.
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Alta demais: trauma, sangramento, oversaturation.
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Como calibrar: comece baixo e suba até a máquina manter stitch consistente sem vibração excessiva. Priorize constância ao invés de números fixos (varia por máquina, cartucho e pele).
3) Agulha e taper: quem manda na “gentileza”
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Diâmetro:
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Bugpin/#8–#10 (0,25–0,30 mm): detalhe/realismo, trauma menor.
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#12 (0,35 mm): deposita mais pigmento por passada (linha forte/packing).
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Taper: curto = entrada rápida (mais agressivo); longo = entrada suave (controle em pele sensível).
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Configs-chave: RL (linhas), RS (sombras leves), M1/M2 (packing), RM (sombra suave/transições).
4) Hand speed e ângulo
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Velocidade da mão deve “casar” com a frequência: mão rápida com batida lenta = falhas; mão lenta com batida rápida = saturação/trauma.
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Ângulo de ~45–60° favorece linhas estáveis; reduza o ângulo para sombras e polimento.
5) Combinações seguras por objetivo
| Objetivo | Stroke | Voltagem* | Agulha | Observações |
|---|---|---|---|---|
| Fineline/Lettering | 2,5–3,0 mm | baixa-média | RL bugpin (#8/#10), taper longo | Mão leve; pausas para leitura da pele |
| Linha clássica (tradicional) | 3,3–3,8 mm | média | RL #10/#12, taper médio | Estabilize ângulo; âncora firme |
| Preto sólido / Packing | 3,8–4,2 mm | média-alta | M1/M2 #12, taper médio | Passadas cruzadas e pele bem esticada |
| Sombra suave / Realismo | 2,5–3,2 mm | baixa | RM bugpin (#8/#10), taper longo | Movimentos circulares/whip controlado |
*Voltagem ideal varia por máquina e cartucho. Priorize consistência de batida.
6) Leitura de pele (três sinais rápidos)
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Vermelhidão imediata/excesso de sangramento → stroke alto/voltagem alta/mão pesada.
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Pigmento não “pega” → aumente levemente voltagem ou diâmetro, reduza hand speed.
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Linha “vibrando” → estabilize apoio, suba um passo a frequência ou use diâmetro maior.
7) Fluxo de calibração em 5 minutos (passo a passo)
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Defina o objetivo (linha/sombra/packing).
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Escolha a agulha adequada.
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Selecione o stroke de referência para o objetivo.
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Ligue baixo, teste em pele sintética e ajuste voltagem até ouvir batida estável.
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Faça micro-testes na pele do cliente (área de menor evidência) e refine hand speed.
8) Erros comuns (e como evitar)
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Usar o mesmo setup para tudo: montagens diferentes para tarefas diferentes.
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Compensar técnica com voltagem alta: resulta em trauma e retoque.
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Ignorar taper: muda a “agressividade” da entrada.
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Não revisar cartuchos/lotes: variações acontecem; teste rápido antes da sessão.
9) Checklist de bancada (salva e usa)
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Máquina com stroke definido para a etapa atual
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Voltagem ajustada e estável (sem oscilar)
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Cartuchos corretos (linha/sombra/packing) com membrana
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Pele preparada (limpa, seca, esticada)
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Teste rápido em pele sintética feito no dia
10) FAQ
Stroke maior dói mais?
Tende a ter hit mais firme; o que determina dor/trauma é a soma de stroke, frequência, agulha e técnica.
Posso fazer fineline com #12?
Pode, mas exige mão suave e voltagem precisa. Para segurança, bugpin/#10 facilita.
Mudo o setup no meio?
Sim. Linhas pedem um setup; sombras e packing, outros. Troque por etapas.
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